quarta-feira, 24 de julho de 2013

Telê, o galo e a maldição de Congonhas.


Após a vitória de 1x0 sobre o Botafogo na primeira final de campeonato brasileiro, em 1971, Telê Santana - então técnico do galo - teria de pagar uma difícil promessa.

Telê, antes do jogo decisivo, prometeu que caso seu time faturasse o caneco, faria uma caminhada de Belo Horizonte até a cidade de Congonhas.

Modestos 67 Km de caminhada.

Para piorar, Telê e a comitiva que o acompanhou não tinham a menor noção de como deveriam proceder numa jornada como essa: O técnico usava calças e sapatos e não se preocuparam com o fato que a caminhada era em grande parte constituída por trechos de subida.

Obvio que tal promessa não foi cumprida.
Telê caminhou por cerca de 25 Km ( o que já é muita coisa!) e depois foi incentivado por jornalistas que o acompanhavam a pegar um carro até Congonhas.

Desde então, o galo mineiro nunca mais conseguiu um titulo de grande porte. Foi vice campeão nos Brasileiros de 77,80, 99 e 2012.
É bem verdade que o galo venceu a copa conmenbol em 92 e 97, mas, convenhamos, esta não tem o mesmo "peso" que a copa libertadores e o brasileiro.

Telê só voltou a ter um título expressivo em 1991, vencendo o brasileiro com o São Paulo. ( venceu a copa do golfo em 85 pelo Al-Ahly, mas isso entra no mesmo mérito que a copa conmenbol) Foi tachado como fracassado depois das copas de 82 e 86.

Alguns creditam esses acontecimentos á promessa não cumprida de Telê, afinal  ele deveria ir caminhando.

O técnico já passou pelo seu calvário e até ( infelizmente) não está mais entre nós.
Hoje, o galo poderá terminar com o seu, de forma até mais gloriosa do que seu ex-técnico.
E Cuca poderá terminar a caminhada até Congonhas.


segunda-feira, 15 de julho de 2013

Allejo, o mito.



Através dos tempos, o futebol criou lendas. Nomes que são lembrados até hoje e que com certeza serão lembrados por muitos e muitos anos.

Pelé, Cruyff, Maradona, Zico, Didi, Di Stefano, Allejo...

Allejo?

Talvez você, que só saiba o que é fita de vídeo - game porque viu em blogs nostálgicos, como esse aqui, não faça a menor ideia de quem seja o camisa 7 da nossa seleção nos gramados de International Superstar Soccer.

Pois bem, vamos lá:

Em junho de 1995, era lançado nos EUA  o jogo "International Superstar Soccer" para Super Nintendo ( no Japão o lançamento aconteceu 7 meses antes e o jogo era conhecido como  " Jikkyou World Soccer: Perfect Eleven") e tal jogo não possuía nenhuma licença,de maneira que o nome de nenhum jogador da época poderia aparecer no jogo.

A Konami ( criadora do jogo), teve que criar nomes alternativos para os jogadores, mas (dentro das limitações de um jogo de um console de 16 bits) tentou manter as características marcantes de alguns jogadores:
Galfano - R. Baggio (Italia)



Murillo - Valderrama (Colômbia)

Ainda haviam muitos outros como o trio Argentino Fuerte, Capitale e Redonda ( sendo respectivamente Cannigia, Batistuta e Maradona), o brasuka Gomes (Romário), o alemão Sieke ( Klinsmann), entre outros.

Mas nenhum deles atingiu a fama como Allejo.

Na versões iniciais, Allejo foi inspirado no camisa 7 da copa de 94, Bebeto. Nas versões posteriores, já no Nintendo 64, Allejo ficou careca, com o objetivo de se parecer a Ronaldo.

Independentemente do console e da versão do jogo, sem duvida ele era o preferido de 9 entre 10, principalmente pelo fato de suas habilidades estarem sempre acima da média.
Até o Akinator conhece Allejo!

Com o tempo, a Konami criou a série "Winning Eleven" ( antecessora do atual PES) que desbancou  o ISS, mas a figura de Allejo foi cada vez mais tomando status de mito, de lenda. Atualmente é muito fácil achar menções ao personagem em qualquer site de relacionamentos ou videos no youtube.

Pra que Pelé, se temos Allejo?

Allejo, o mito.

Para terminar, deixo aqui  o documentário "Allejo eterno", dividido em duas partes.
Sim, Allejo merece.






      

quinta-feira, 11 de julho de 2013

A Guerra do Futebol



A palavra "guerra" é comumente utilizada no futebol, principalmente no futebol sul americano. Também não é absurdo ouvir que o futebol foi capaz de parar guerras.

Mas, alguém já ouviu algo sobre o futebol criar uma guerra?
Sim, é verdade.


Em 1969,já havia uma atmosfera de grande animosidade entre El Salvador e Honduras causada pelo processo de reforma agraria do governo Hondurenho, que culminou na perseguição de milhares de Salvadorenhos que trabalhavam nas fazendas de grandes latifundiários.


Os governos dos dois países faziam acusações mutuas, com o grande objetivo de esconder os problemas internos.
Para complicar de vez, os dois países tinham uma disputa direta por uma vaga na copa do mundo do ano seguinte, no México. Foram realizados três confrontos:

8/6/69 -  Tegucigalpa
15/6/69 -  San Salvador
27/6/69 -  Cidade do México

JOGO 1

Havia um grande clima hostil contra os jogadores de El Salvador nas ruas de Tegulcigalpa. O time visitante não suportou a pressão vinda das arquibancadas e acabou sendo derrotado por 1x0, gol de Gomes.

Cartaz hondurenho sobre o dia do inicio da guerra


JOGO 2

O povo Salvadorenho não se conformou com o tratamento dado a sua seleção. O governo, por sua vez, utilizou os meios de comunicação para inflamar a massa contra o selecionado Hondurenho. Para se ter uma ideia, os jogadores visitantes chegaram no estádio num caminhão blindado.
Com tal clima de terror nas ruas, os hondurenhos foram presas fáceis Acevedo, Martinez e Rodriguez marcaram os três gols do Salvadorenhos. O pós jogo ainda foi marcado por diversos conflitos entre hondurenhos e os locais, infelizmente, com mortos.

Protesto nas ruas de San Salvador



JOGO 3

Após o segundo jogo, a relação entre os dois países beirava o insustentável: A policia hondurenha era acusada de perseguir duramente os Salvadorenhos, causando assim uma emigração em massa. El Salvador ainda acusou o rival de Genocídio na ONU e suas fronteiras foram fechadas por ambos.

Mesmo assim, as equipes se enfrentaram no jogo desempate na capital mexicana (campo neutro), com um clima muito menos tenso. ( ao menos na arquibancada).
No tempo normal, Martinez abriu aos 10' para El Salvador e Gomez, aos 89', consegue levar o jogo para a prorrogação.
Não sei ao certo porque ( talvez uma briga), a prorrogação tenha se prolongado demasiadamente, pois exceto a virada de Gomes para os hondurenhos ( 115' ou  10' do segundo tempo), os outros dois gols foram nos acréscimos do segundo tempo da prorrogação. ( Martinez 123' e Acevedo 127')

Jornal Mexicano exaltando a vitória Salvadorenha 



Com isso, a equipe Salvadorenha conquistou de maneira heroica a vitória e a ira de seus rivais hondurenhos que intensificaram ainda mais as perseguições e deportações aos trabalhadores de El Salvador.

Em 14 de julho as forças militares de El Salvador declaram guerra a Honduras. O conflito ( conhecido como "guerra do futebol" ou "guerra das 100 horas") durou 4 dias, deixando aproximadamente 2000 mortos e só resolvida graças a intervenção da OEA ( Organização dos estados Americanos)

O tratado de paz definitivo entre os dois países só aconteceu em 1980.

El Salvador ainda teria que enfrentar o Haiti, para assim conquistar de fato o direito da participar da copa de 1970.

Na copa, El Salvador perdeu os três jogos, não marcou um gol sequer e levou 9.  

terça-feira, 18 de junho de 2013

Acordando, gritando e voltando.


Em dias onde o povo resolveu sair de sua " zona de conforto" e vir as ruas, esse blog não poderia ser indiferente.

Seguem aqui duas manifestações claras de amor ao futebol:

1) Do caso da luta contra o "futebol moderno".

Em 2011,torcedores do AIK e do DIP ( duas das maiores torcidas do futebol Sueco) resolveram protestar contra essa forma chata e insossa do chamado "futebol moderno", onde a torcida parece ser apenas um publico de teatro.


As duas torcidas fizeram 10 minutos de silencio absoluto no inicio do clássico no estádio Rasunda,  e, logo após, iniciou-se uma verdadeira festa, promovida concomitantemente pelas duas torcidas.



Sim, torcida faz diferença.




2) Do caso da "volta a Boedo"

Um dos 5 grandes times do futebol argentino, o San Lorenzo possuí um estádio no bairro de Flores, em Buenos Aires conhecido como "El nuevo gasometro".

Sim, "Nuevo". Logo, havia um " viejo"


O primeiro estádio do San Lorenzo ficava no Bairro de Almagro, mas a região hoje é conhecida como Boedo e por motivos financeiros vendeu seu terreno.

Por muitos anos a torcida deseja que o time volte a mandar seus jogos em Boedo, mas há um impasse entre a direção do time e a rede de supermercados Carrefour, que está com o terreno hoje.

Em 5 de março de 2012, 110.000 pessoas se reuniram para pedir a volta a Boedo.

O video fala por si só.







O fato é: Quem ama, cuida. No futebol e na vida.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

El perro catimbeiro.


 Ah, mas esses argentinos...

Contribuindo em peso para o blog!


Depois do fantasma da serie B, agora um jogador do modesto time Bella Vista, da cidade de Tucuman resolveu descontar a sua fúria sobre um cãozinho vira-lata que resolveu invadir o gramado.


Obviamente o infeliz sentiu a ira dos jogadores adversários ( e, se vacilar, até do próprio time), da torcida e do juiz, que o mandou pro chuveiro.

Por sorte "el perro" saiu sem maiores problemas.
Deve ter sido catimba.... nada mais típico.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

El fantasma de la B esta llegando.


As coisas estão quentes em Avellaneda, cidadezinha colada em Buenos Aires.

O poderoso Independiente, conhecido por ser "El rey de copas" está praticamente rebaixado para a segunda divisão. E seu arqui-rivais do Racing estão aproveitando o momento.

E então criou-se  "El Fantasma de la B".


A ideia é genial. Fizeram videos engraçados com um fantasma tentando a todo custo chegar "a cancha de Rojos", forma que é apelidada o estadio Libertadores de America, casa do Independiente.



E como se não bastassem tais vídeos, nessa ultima rodada "El fantasma" invadiu o gramado do "El cilindro", casa do Racing, antes da cobrança do penalti que resultaria no segundo e derradeiro gol contra um decrépito Boca. ( Que daqui pouco tempo poderá sofrer do mesmo mal que o Independiente)


Isso é que é um bullyng de verdade!





quarta-feira, 5 de junho de 2013

Mu de áries, Lemuria e Pohnpei


Pra começar esse blog, nada melhor do que falar sobre algo místico, bizarro e absolutamente desconhecido de 99,99% dos amantes do nosso esporte bretão.

Ao cafunchar sobre as seleções pertencentes a AFC (Asian Football Confederation), notei que uma delas era a destemida seleção da ilha de Guam, sim. Ao fazer uma pesquisa um pouco mais profunda sobre tal selecionado, reparei que a sua melhor atuação tinha sido um 11 x 1 contra uma coisa que sequer tinha visto o nome alguma vez na vida: Pohnpei.


Pois bem, vamos lá.

Pohnpei é uma das ilhas que compõem os Estados federativos da micronésia ( um conjunto de ilhas perdidas no meio do pacifico) e sim, possui um seleção própria ( obviamente não filiada a FIFA). Até hoje, pelo menos em seus pouquíssimos registros, Pohnpei disputou os jogos da micronésia e em 2010 fez uma excursão a ilha de Guam, onde fez mais quatro jogos e conquistou sua primeira vitória por 7x1 sobre o Cruschers, time local.


Segue aqui um relato da cruzada do selecionado de Pohnpei pela ilha de Guam em 2010


E o mais legal: Diz a lenda que Pohnpei seria uma pequena parte restante do continente perdido de Lemuria.

Pelo que dizem, Lemuria seria um continente que desapareceu ( supostamente) em um cataclisma  e estaria perdido nas profundezas do oceano índico ou do oceano pacífico. Além do mais, Lemuria seria a terra de Mu, Shion e Kiki, personagens de Saint Seiya ( Ou cavaleiros do zodíaco).

Bem que a telecinese desses Lemurianos iriam ajudar um bocado Pohnpei...